Na parede do meu peito
Eu te vejo tão calada,
Debruçada sobre sonhos,
Sobre a colcha amarrotada,
Sobre os versos que componho;
Eu te crio e te recrio,
Eu te pinto e te refaço,
Em meus ventos te arrepio,
Em meus versos de disfarço;
Verso a verso vou virando,
Transformando pedra em ar;
Linha a linha vou bordando,
Desenhando o seu olhar;
No que sinto eu te desenho,
E desenho até sem jeito;
Teu olhar é o que tenho
Na parede do meu peito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário