quarta-feira, 9 de março de 2011

10 de Março de 2011

Um poeta e sua pena

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Que outro homem te amaria tanto quanto eu? Que outro homem perderia horas de sono escrevendo e reescrevendo coisas que você nunca vai ler? Eu me protejo, eu me cubro com palavras. Tenho um imenso cobertor de frases, feito de romances e poesias, sonetos rimados com meu silêncio, poemas de algodão e lã. Cada verso me aquece como um sopro, um sopro vindo de um fôlego invisível, que me abandona quando esqueço dos teus olhos. Como já lhe disse, sou o mais terrível dos bandidos. Não roubei seu coração mas cai em sua prisão. Fui sequestrado por seus olhos, e acorrentado por teu sorriso. Sou cativo em tua beleza. Cumpro hoje a minha pena, e com ela eu escrevo... Eu ainda escrevo... Em meio ao vento cortante e em meio ao abandono de seu corpo. Já não tenho seu abraço, mas me aqueço com um passo em direção à uma letra, com dois passos em direção à um verso, com três passo em direção ao infinito. Você sorri ao longe, enquanto eu me esforço para sentir seu perfume, eu choro ao longe, enquanto você... Sem esforço algum já se esqueceu de mim. Por enquanto vou vivendo o meu dilema, vou pagando minha pena... E escrevendo o meu poema...

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